N Club participa na exposição Fermodel ’23

A convite da FERMODEL o N Club Model Trains estará presente na EXPOSIÇÃO DE MODELISMO FERROVIÁRIO – FERMODEL ’23.

O N Club apresentará a sua maquete modelar composta de 20 módulos totalizando o cumprimento de 21 metros.

A exposição terá lugar nos dias 14 e 15 de outubro no pavilhão CRC Quinta dos Lombos – Cascais|Carcavelos com o seguinte horário:
Sábado 14 – 10:00 às 19:00 horas
Domingo 15 – 10:00 às 18:00 horas

Entrada livre.
Contamos com a vossa presença.

Mapa da localização do CRC Quinta dos Lombos

GPS: 38.6875,-9.3262

O N Club participa no MiniMo’23

MiniMo’23 – Encontro Nacional de Modelismo Ferroviário.

A entrada é gratuita

Horário: 

Dia 3 das 10h00 às 20h00

Dia 4 das 10h00 às 18h00

O N Club Model Trains estará presente neste encontro com a sua maquete.

Transformação de material circulante de outras companhias em CP

Como é habitual, quando queremos fazer rolar material circulante da CP/Takargo/Medway em escala N, temos grande dificuldade em o encontrar no mercado. Em tempos houve algum material da CP lançado pela Arnold e pela Ediclube (este sem motor), e há pouco tempo foi lançado pela Hobbytrain locomotivas da CP e da Medway. Foram também lançadas locomotivas da Takargo e da Medway pela SudExpress. No ano de 2022, o CIM-HO lançou uma automotora CP 0300+Reboque (Allan) em resina e sem motor. Estamos ainda à espera de que a Arlo Micromodel lance algum material circulante de que vai mostrando os protótipos há algum tempo.

Enquanto esperamos por mais material CP/Takargo/Medway, podemos modificar algumas unidades de outras Companhias em CP.

Foi o que eu fiz. Peguei em material da Fleischmann, artigos 8311 (fig. 1) e 8319, transformei-os em vagões CP G (fig. 14) e da Roco, artigos 25565 (fig. 2) e 25385 e transformei-os em vagões CP Ealos (fig. 15) e CP Ekkls (fig. 16), respectivamente.

Fig. 1 – Fleischmann 8311 Vagão DR Gs

Fig. 2 – Roco 25565 Vagão DB Eaos

O material necessário para tal é muito pouco, pois se não formos puristas, podemos fazer a alteração directamente sem fazer modificações, como por exemplo os reforços nas portas dos vagões Ealos, ou pinturas no material circulante.

Para tal vamos necessitar de: álcool isopropílico; cotonetes; tesoura ou x-acto; pincel fino; decalques (fig. 3, fig. 4 e fig. 5); MicroSol da Microscale (fig. 6); Decal Adhesive (Softener Type) da Tamiya (fig. 7); tinta Prata Vallejo 70997 (para os vagões CP G), verniz mate da Vallejo (fig. 8) e verniz de qualquer marca (eu usei verniz mate da Luxens) (fig. 9). E muita paciência.

Fig. 3 – Decalques CP G

Fig. 4 – Descalques CP Ekkls

Fig. 5 – Decalques CP Ealos

Fig. 6 – MicroSol

Fig. 7 – Decal Adhesive

Fig. 8 – Verniz Mate

Fig. 9 – Verniz Mate

Desmontamos os modelos o mais que podemos (fig. 10). Não queremos fazer estragos para não termos trata-mento de corte e costura para refazer os modelos, posteriormente.

Fig. 10

Como não queremos alterar a cor do material, embebemos os locais com a tampografia original com o álcool isopropílico para remover o lettering e a camada de verniz que o protege, mantendo esses locais húmidos. Com a ajuda de um cotonete também embebido com álcool, pois não queremos estragar o material com riscos, vamos retirando os números e as letras que não queremos que fiquem, neste caso, tudo (fig. 11). 

Verificamos que depois de retirado o lettering, as cores da base ficam ligeiramente alteradas e mais brilhantes. Não há problema, pois o verniz final faz milagres.  

Fig. 11

Fig. 12

Depois de tudo muito bem seco e sem qualquer sujidade, damos uma camada com o verniz da Luxens, ou outro qualquer, para que o material fique liso e uniforme. Vamos agora colocar os decalques com o novo lettering da CP (fig. 12). No meu caso mandei-os vir da TrenMilitaria (Espanha), onde existe uma grande panóplia de decalques para CP em escala N: http://www.trenmilitaria.com/TM_Calcas_N_Nm.htm

Para tal, no local onde queremos colocar os decalques, passamos um pouco de MicroSol com o pincel para humedecer e não haver bolhas quando os colocarmos. Fazemos a transferência normal do decalque da sua base para o modelo, depois de o termos cortado à medida e colocado de molho em água por breves instantes. Com o pincel fazer os ajustes para que o lettering fique conforme (ou muito parecido) com o original.

Fig. 13

Depois do decalque secar, o que leva sempre o seu tempo, passamos um pouco de Decal Adhesive por cima para que fique perfeitamente integrado na base onde está colocado, tenha ela sulcos ou vivos. Normalmente é necessário fazer esta operação várias vezes e termos algum cuidado, pois podemos deslocar o decalque sem querer. A mim aconteceu-me este particular e depois tive algum (bastante) trabalho para o recolocar, uma vez que se virou e não queria voltar para o sítio (fig. 13).

Usei a tinta Prata da Vallejo apenas para dar um apontamento nas grelhas das janelas dos respiros dos vagões G.

Quando virmos que está tudo como nós pretendemos, podemos passar uma pequena camada de verniz da Vallejo para selar os decalques e uniformizar o trabalho.

Fig. 14 – Vagão CP G

Fig. 15 – Vagão CP Ealos

Fig. 16 – CP Ekkls

E temos o material pronto para colocar a carga e pô-lo a circular com o lettering da CP.

Divirtam-se.

Manuel Cortinhas

Maio 2023.

N Club na Exposição do CMAS

O N Club irá participar nos próximos dias 11 e 12 de março no 2º Concurso Internacional de Modelismo organizado pelo Clube de Modelismo e Arte de Sintra com o apoio da Junta de Freguesia de Ajuda – Lisboa.

Visita do N Club à Fermodel

Uma delegação do N Club Model Trains visitou, no passado dia 28 de janeiro de 2023, a sede da Fermodel.

Podemos apreciar o espaço e a maqueta ali instalada e ainda houve tempo para o convívio e troca de ideias e experiências entre os presentes.

Foram também abordados, entre as duas partes, temas de interesse comum de forma a melhorar a dinamização e divulgação do modelismo ferroviário.

EXPOTRENS

O N Club Model Trains vai organizar, com o apoio da Junta de Freguesia de Alcabideche, nos dias 22 e 23 de abril de 2023 um Encontro de Modelismo Ferroviário – EXPOTRENS.

O evento terá lugar no Pavilhão do Complexo Desportivo de Alcabideche.
Rua do Pombal, 350
2645-374 Alcabideche – Cascais
GPS: 38.734280, -9.406231

Horário:
Sábado 22 – 10:00 às 19.00 horas
Domingo 23 – 10:00 às 18:00 horas

Junção das vias entre módulos

Quando as maquetas de grupos de modelistas são construídas em módulos a correta união das vias entre dois módulos nem sempre fica bem alinhada. Este desalinhamento pode ter várias origens:
• derivado de construção não totalmente correta;
• derivado de contração ou distensão dos materiais.

A junção aqui proposta tem como objetivo alinhar os carris entre dois módulos.

Na preparação dos módulos para usar estas junções teremos que proceder da seguinte forma:
• retirar algumas travessas para colocar as peças de junção;
• deixar alguns centímetros de via solta;
• não colocar balastro fixo na zona das peças e no espaço em que a via está solta.

    As peças são impressas em plástico PLA usando uma impressora 3D do tipo FDM (Modelagem por Fusão e Deposição). Ver dados técnicos e ficheiros para impressão no fim deste artigo.

    Montagem dos módulos.

    Na figura ao lado temos as peças montadas nos módulos, à esquerda no módulo 1 a parte macho da junção, à direita no módulo 2 a parte fêmea da junção. Estas peças podem ficar montadas permanentemente.

    Depois dos módulos serem alinhados e fixados deslocamos a fêmea para a esquerda. A parte fêmea funciona como uma caixa para a parte macho e ela vai obrigar a que as vias fiquem alinhadas tanto na altura como na largura.

    Depois deslocamos a parte macho para a direita. A parte macho albergará metade da via esquerda e metade da via direita, ficando assim as duas vias alinhadas. Esta será a posição de funcionamento.

    As peças de junção foram calculadas para que as rodas se apoiem na parte superior evitando que possam haver saltos se houver alguma distância entre os carris.

    Desmontagem dos módulos.

    Deslocamos a parte fêmea para a esquerda de forma a que a parte macho fique totalmente no módulo 1.

    Deslocamos a parte fêmea para a direita. As duas peças da junção estão agora separadas.

    Os módulos podem ser desmontados.

    Vídeo demonstrativo do uso das peças de junção.

    Peças de junção para escala N (1:160)

    As peças foram desenhadas para impressão 3D em máquinas do tipo FDM (Modelagem por Fusão e Deposição).

    Dados técnicos para impressão:
    • Filamento: PLA
    • Resolução: 0.10 mm
    • Agulha: 0.4 mm
    • Velocidade: moderada
    • Suportes: não

      Ficheiros para impressão (STL):

      Junção para via Peco código 80 + balastro de 2 mm – JM_PECO-80_B-2mm.stl

      Junção para via Peco código 80 sem balastro – JM_PECO-80_B-0mm.stl

      Junção para via Peco código 55 + balastro de 2 mm – JM_PECO-55_B-2mm.stl

      Peças de junção para escala H0 (1:87)

      As peças foram desenhadas para impressão 3D em máquinas do tipo FDM (Modelagem por Fusão e Deposição).

      Dados técnicos para impressão:
      • Filamento: PLA
      • Resolução: 0.20 mm
      • Agulha: 0.4 mm
      • Velocidade: moderada
      • Suportes: não

        Ficheiros para impressão (STL):

        Junção para via Peco código 100 sem balastro – JM_PECO-100_B-0mm.stl


        Qualquer informação ou esclarecimento enviar email para: epulido@sapo.pt

        Eduardo Pulido, 02.12.2022

        Ptito-Val (2)

        Dimensões: 70 × 56 cm, num formato show-case. A montanha no centro da maquete é utilizada como separador cénico entre o lado da estação e a zona de campanha.

        • Linha mista: Minitrix, PECO código 55 e código 80.
        • Agulhas Minitrix, funcionamento manual.
        • Alimentação analógica utilizando uma alimentação Fleishmann ou Gaugemaster.
        • Edifícios realizados em cartão-papel, tal como as entradas do túnel e a ponte.

        A maquete foi modificada em 2019 para melhorar o jogo e poder mudar as composições que circulam utilizando um resguardo com 3 linhas dispostas numa placa deslizante manual. Esta opção permite reduzir o espaço necessário para aceder a uma via que seria bem maior usando agulhas. A alimentação de cada linha é independente e realizada por um micro interruptor de tipo deslizante. Os interruptores são agrupados numa pequena mesa de controlo.

        Além do resguardo foi adicionada uma linha que serve uma empresa privada. Os vagões são empurrados para dentro do edifício até chegarem à linha no resguardo da maquete. Esta opção permite estacionar a composição mas também de mudar os vagões, tal como se a locomotiva entregasse uns vagões na empresa e ia embora com novos vagões.

        Dois túneis de cartão preto estão posicionados em cima das duas linhas do resguardo que fazem a ligação com as duas vias da maquete decorada. Isso permite “disfarçar” melhor as saídas da maquete decorada.

        Figura 1. Resguardo: mesa de controlo da alimentação das 3 vias do resguardo e da via da empresa privada; placa deslizante manual das 3 vias do resguardo; túneis de cartão preto.
        Figura 2. Maquete decorada e resguardo.

        A maquete é apresentada num formato de show-case e visível de três lados. Assim há apenas um fundo. Este fundo era inicialmente pintado, mas o resultado não era muito bom. Foi modificado usando uma fotografia, feita nos Alpes Francês, e que se encaixa bem com o tema da maquete. Ainda mais esta foto dá uma profundidade razoável a maquete, o que era o objectivo. A foto é colada numa placa de 10 mm de Kline.

        Figura 3. Do lado do campo com as montanhas a aparecer num fundo
        Figura 4. Do lado da estação com a foto no fundo que dá uma boa profundidade à maquete

        A maquete foi apresentada nesta versão no seu formato de show-case com iluminação na exposição da AMA em 2019.

        Figura 5. Maquete apresentada na AMA (Associação de Modelismo de Almada) em 2019.

        E agora… novas modificações estão em curso na maquete:

        • renovação parcial da vegetação que sofreu em algumas partes;
        • aumento do número de pinheiros e árvores
        • melhoria do balastro nas proximidades das agulhas;
        • patina do balastro da linha.

        Em projecto também:

        • a construção de dois semáforos mecânicos SNCF, que serão posicionados a cada extremidade da estação;
        • modificação da passagem de nível. A actual, de tipo eléctrico, não se enquadra muito bem com a época suposta do layout da maquete e por isso vai ser construída uma nova, de tipo mais antigo.
        Figura 6. Semáforo mecânico. 

        Estas duas construções serão feitas usando cartas e perfis plásticos da Evergreen e descritas num próximo artigo.

        Eric Didier, 14.11.2022

        Sonorização da maqueta

        Estamos rodeados de sons. Estejamos em casa, na rua, no trabalho ou numa estação ferroviária, estamos sempre a ouvir os sons produzidos por pessoas, máquinas, animais, até o vento ou o sino da igreja.

        As nossas maquetas, que pretendem reproduzir uma cena real ou idealizada, não estão completas sem que lhes seja adicionado o som inerente à cena representada.

        Hoje em dia, com o advento do DCC, as locomotivas podem reproduzir os sons que as caracterizam produzindo um efeito de realismo.

        Na maqueta a introdução de sons relacionados com as cenas representadas incorpora um realismo adicional que melhora substancialmente o ambiente que pretendemos transmitir.

        Algumas marcas comerciais vendem produtos que reproduzem som ambiente. Na generalidade carecem de realismo pois muitos destes produtos usam som sintetizado. Em muitos casos a duração está limitada a poucos segundos. Na esmagadora maioria são caros para o efeito que produzem.

        Muitos modelistas têm elaborado sistemas de som ambiente recorrendo à reprodução de CDs, usando um MP3 player ou fazendo reproduzir sons de um computador ligado à maqueta, só para dar alguns exemplos.

        Foi por acaso que descobri a placa de que vos vou falar. Lendo as especificações imediatamente compreendi que seria uma alternativa de simples implementação, barata e extraordinariamente versátil.

        Neste artigo vamos implementar um sistema de som ambiente para a nossa maqueta.

        Ferramenta necessária

        1. Ferro de soldar.

        Lista de material

        Esta é a lista de material necessário para construir o sistema de som ambiente para a maqueta.

        1. 
        Placa de som (1 peça). A placa de som usada é a Adafruit – Audio FX Sound Board + 2x2W Amp – WAV/OGG Trigger -16MB.
        Pode ser encontrada nesta loja em Espanha por cerca de 35 Euros. Em Portugal é substancialmente mais cara. Ter em atenção que existem 4 variantes desta placa, a que precisamos é a mencionada a negro no início deste parágrafo.
        https://tienda.bricogeek.com/accesorios-robotica/1491-adafruit-audio-fx-con-amplificador-2w.html?search_query=adafruit+sound+fx&results=1

        A placa é fornecida com 2 conectores para ligar os altifalantes e duas barras de pinos para fazer as restantes ligações.

        2. 
        Altifalantes, o proposto ou similar (2 peças).
        De preferência usar dois altifalantes de 4Ω e pelo menos 2W.
        https://tienda.bricogeek.com/varios/1692-altavoz-40mm-3w.html

        3. 
        Interruptor de alavanca miniatura 2 posições estáveis – ON-ON (1 peça).
        https://mauser.pt/catalog/product_info.php?cPath=324_1401_1404&products_id=010-0084

        4. 
        Botão interruptor de pressão unipolar SPST OFF-ON (número de peças dependente da configuração).
        https://mauser.pt/catalog/product_info.php?cPath=324_1401_1403_1633&products_id=010-0863

        5. 
        Jumper Dupont macho-fêmea (número de peças dependente da configuração).
        https://mauser.pt/catalog/product_info.php?cPath=1874_640_1221&products_id=096-4681

        Software e arquivo de sons

        Para conseguirmos produzir os sons para introduzir na placa vamos precisar de um editor de áudio.

        Aconselho o Audacity mas poderão usar qualquer editor que exporte os ficheiros de áudio para formato OGG.

        O Audacity é um software de edição de áudio de utilização livre muito popular e a interface está traduzida para português. É possível encontrar na internet muitos vídeos de ajuda.

        Vamos precisar de ter acesso a ficheiros de som para podermos construir os nossos ficheiros de áudio.

        Na freesound.org poderão pesquisar e encontrar os sons necessários. Esta biblioteca tem milhões de sons que poderão ser usados gratuitamente.

        https://freesound.org/

        Características da placa Adafruit – Audio FX

        Figura 1. Implementação básica do sistema de som para maqueta.

        Na figura 1 é mostrada a configuração básica do sistema de som ambiente. Em (1) temos a placa Adafruit – Audio FX, em (2) a fonte de alimentação (3 a 5 V DC), em (3) os dois altifalantes e em (4) os botões de pressão (gatilhos) que fazem ativar os sons.

        A placa de som tem muitos recursos que a tornam muito fácil de usar:

        • Não requer Arduino ou outro micro-controlador, é completamente autónoma, apenas precisa de uma fonte de alimentação de 3 a 5,5V DC. (5 V DC recomendado);
        • Pequena, apenas 48 mm por 22 mm;
        • Armazenamento de 16 MB embutido na placa para proporcionar até 15 minutos de áudio estéreo em formato OGG (pode ser duplicado usando áudio mono);
        • USB de armazenamento em massa integrado, ligue o computador à placa através de um cabo micro USB para transferir os ficheiros de áudio para a placa;
        • Pode reproduzir áudio compactado (OGG) ou não compactado (WAV);
        • Som de alta qualidade de 44,1 KHz de 16 bits;
        • Podem ser ligados até 11 botões ou interruptores (gatilhos) para acionar os ficheiros de áudio;
        • Amplificador estéreo classe D integrado com 2 × 2,2 W de potência de saída. Podem ser ligados  altifalantes de 4 ou 8 ohms;
        • Saída de linha estéreo;
        • 5 modos diferentes de acionamento (gatilhos) que cobrirão uma grande variedade de opções sem qualquer programação.

        Conhecer a placa Adafruit – Audio FX

        Seguidamente serão descritas as partes e pinos da placa. Só serão descritas as partes da placa relevantes para o projeto.

        Figura 2. Imagem da placa, vista do lado dos componentes.
        Figura 3. A parte destacada mostra o conector micro USB.

        Precisamos de um cabo micro USB padrão para ligar a placa ao computador para possibilitar a transferências dos ficheiros de áudio.

        Nota: Não será possível reproduzir áudio enquanto a placa estiver ligada por USB ao computador.

        Figura 4. A parte destacada mostra os pinos de ligação para os altifalantes.

        A placa tem saída para dois altifalantes, lado esquerdo e direito, uma vez que o som da placa é estéreo. As saídas são de carga ligada em ponte (BTL), portanto, não ligue R+ a L+ e R- a L- para obter mais potência, pode danificar o chip. Se só usarmos um alto-falante basta ligar o canal desejado.

        A placa é fornecida com dois conectores que devem ser soldados na parte destacada da figura 4.

        O amplificador pode acionar altifalantes de 8 ohm ou 4 ohm, até 2,8 W.

        Altifalantes de 4 ohms soarão mais alto do que os de 8 ohms.

        Com alimentação de 5V o som será mais elevado do que com alimentação a 3V.

        Figura 5. A parte destacada mostra os pinos de ligação para a alimentação da placa.

        A placa será alimentada a partir de uma fonte de alimentação de 5 V DC.

        Nos pinos destacados deve ser soldada uma barra de dois pinos. Ao pino Vin será ligado o positivo (+) e ao pino Gnd será ligado o negativo (-) da fonte de alimentação. 

        Figura 6. A parte destacada mostra os pinos de ligação para controlo de volume do som.

        Nos pinos destacados deve ser soldada uma barra de dois pinos.

        Use dois botões interruptor de pressão para controlar o volume do som.

        Conecte os botões que vão de cada pino ao negativo, quando o botão estiver pressionado, o volume diminuirá ou aumentará conforme do botão pressionado (explicação em detalhe na figura 10).

        O nível do volume não ficará registado na placa. Após cada reinicialização o nível de som terá de ser reposto.

        Figura 7. A parte destacada mostra os pinos de ligação para acionamento dos sons.

        Nos pinos destacados deve ser soldada uma barra de onze (11) pinos.

        Mesmo que inicialmente não pense usar todos os onze pontos de acionamento deve soldar a barra de onze pinos pois no futuro poderão ser usados.

        Nota: Não soldar os pinos que não são mencionados, assim evitamos ligações não desejadas.

        Cada um destes pinos pode ser acionado ligando o pino ao negativo. Podemos ligar cada um destes onze pinos a um botão interruptor de pressão para quando este for pressionado o som começar a tocar (explicação em detalhe na figura 10).

        Modos de acionamento

        Uma das características mais interessante desta placa é a facilidade com que podemos tocar os sons desejados sem termos de recorrer a programações complicadas. Basta nomear os ficheiros de áudio da forma como a seguir se explica para podermos ter inúmeras configurações diferentes.

        Contrariamente aos produtos comerciais de sons para modelismo, em que os sons não podem ser alterados, nesta placa podemos renovar os ficheiros de áudio conforme e sempre que desejado.

        A placa possibilita cinco modos de acionamento diferentes para obter o efeito desejado, a saber:

        Acionamento básico – nomear um ficheiro Tnn.WAV (ou Tnn.OGG) para que o arquivo de áudio seja reproduzido quando o botão de acionamento correspondente nn for ligado momentaneamente ao negativo (-).

        Acionamento permanente – nomear um ficheiro TnnHOLDL.WAV (ou .OGG) para ter o áudio a tocar apenas quando o botão de acionamento correspondente nn se mantiver ligado ao negativo (-). O áudio tocará continuadamente até que o contacto seja quebrado.

        Acionamento repetido – nomear um ficheiro TnnLATCH.WAV (ou .OGG) para ter o áudio a tocar quando o botão de acionamento correspondente nn for ligado momentaneamente ao negativo (-). O áudio tocará continuadamente. Para parar a ação pressione novamente o mesmo botão.

        Acionamento do próximo – fazer com que até 10 ficheiros sejam reproduzidos um após o outro, nomeando-os de TnnNEXT0.WAV (ou .OGG) a TnnNEXT9.WAV (ou .OGG). Começará a reproduzir TnnNEXT0 e a cada vez que o botão de acionamento for pressionado passará para o número seguinte até acabar a sequencia, depois voltará ao primeiro.

        Acionamento aleatório – nomear ficheiros de TnnRAND0.OGG até TnnRAND9.OGG para serem reproduzidos, de forma aleatória, um de cada vez sempre que o botão de acionamento correspondente nn for ligado momentaneamente ao negativo (-).

        Figura 8. Exemplo de estrutura de ficheiros a introduzir na placa. Os 3 primeiros ficheiros estão relacionados ao pino 1 (T01) e são de acionamento aleatório (RAND0 a 3), sempre que o botão 1 for premido a placa tocará um destes 3 sons de forma aleatória.

        Os 3 ficheiros seguintes funcionam da mesma maneira com a diferença que estão ligados ao botão 2.

        O ficheiro T03LATCH está ligado ao botão 3 (T03), quando premido faz a placa tocar este ficheiro e como é um ficheiro de acionamento repetido (LATCH) o áudio tocará repetidamente até que o botão seja novamente premido.

        Os restantes ficheiros, T04 a T06 tem o mesmo tipo de funcionamento só que ligados aos botões 4, 5 e 6.

        Criando ficheiros de áudio

        A placa de som não suporta áudio MP3, se tiver ficheiros deste tipo terão de ser convertidos para OGG ou WAV.

        Na placa podem ser usados simultaneamente ficheiros no formato OGG e WAV.

        Há alguns prós e contras para cada um destes formatos:

        • No formato OGG o ficheiro está compactado, mas ainda soa muito bem. Se pensa usar muitos minutos de áudio terá que recorrer a este formato.
        • No formato WAV o ficheiro não está comprimido por isso é da mais alta qualidade, mas ocupa mais espaço.

        Gerar arquivos de áudio, especialmente se se pretende mantê-los pequenos, pode requerer um pouco de experimentação: taxas de bits e taxas de amostragem mais altas soarão melhor, mas ocuparão mais espaço. Pode usar a taxa de amostragem de 44,1 KHz, que é basicamente qualidade de CD de áudio, ou até talvez 8KHz para voz gravada.

        Outra maneira de economizar espaço é converter arquivos estéreo em mono. O decodificador suporta estéreo, mas se tiver apenas um altifalante os ficheiros poderão ser em mono e assim ocuparão apenas metade do espaço.

        Alguns exemplos de espaço ocupado com o formato WAV

        A placa suporta áudio estéreo até 44.KHz/16 bits.

        • WAV 44,1 KHz 16 Bit – (2 bytes * 2 canais * 44100) = ~175 KB por segundo, então 2 MB podem conter 12 segundos, 16 MB podem conter 90 segundos.
        • Mono WAV 44,1 KHz 16 Bit – (2 bytes * 1 canais * 44100) = ~88 KB por segundo, então 2 MB podem conter 23 segundos, 16 MB podem conter 180 segundos (3 minutos).
        • Stereo WAV 22 KHz 16 Bit – (2 bytes * 2 canais * 22050) = ~88 KB por segundo, então 2 MB podem conter 23 segundos, 16 MB podem conter 180 segundos (3 minutos).
        • Mono WAV 22 KHz 16 Bit – (2 bytes * 1 canais * 22050) = ~44 KB por segundo, então 2 MB podem conter 45 segundos, 16 MB podem conter 6 minutos.
        • Stereo WAV 11 KHz 16 Bit – (2 bytes * 2 canais * 11025) = ~44 KB por segundo, portanto, 2 MB pode conter 45 segundos, 16 MB pode conter 6 minutos.
        • Mono WAV 11 KHz 16 Bit – (2 bytes * 1 canais * 11025) = ~22 KB por segundo, então 2 MB pode conter 90 segundos, 16 MB pode conter 12 minutos

        Formato Ogg Vorbis Comprimido

        Pode converter qualquer tipo de ficheiro de áudio para Ogg.

        Por ser compactado perde um pouco de qualidade mas é muito improvável que seja perceptível a diferença.

        A taxa de compressão dos ficheiros é de 1:5 a 1:10 quando comparado com o formato WAV isto tem como resultado que no formato Ogg poderemos gravar entre 5~10× mais tempo de áudio.

        Ajustar o ganho do amplificador de saída

        O nível do som nos altifalantes pode não ser suficiente para ser bem audível em ambientes com muito ruído de fundo, como em exposições.

        A placa é fornecida com uma configuração de ganho de 6dB para evitar que os altifalantes (se forem pequenos) possam ser danificados.

        Este ganho pode ser aumentado, para fazer soar o som mais alto, intervindo em dois pontos, G0 e G1, no verso da placa.

        Figura 9. A parte destacada mostra os pontos G0 e G1.

        Os pontos G0 e G1 funcionam como jumpers, quando as duas placas de cobre estão ligadas, através do pequeno troço de cobre entre elas, o jumper está ligado.

        No caso de pretendermos aumentar o nível de som na saída começamos por retirar, com a ajuda de um X-acto, o pequeno troço de cobre que une as duas placas do jumper G1.

        Configurações de ganho possíveis na placa

        G0 ligado + G1 ligado = 6 dB de ganho (configuração original)

        G0 ligado + G1 desligado = 12 dB de ganho

        G0 desligado + G1 ligado = 18 dB de ganho

        G0 desligado + G1 desligado = 24 dB de ganho

        Notas finais

        Como já foi dito anteriormente esta placa é extraordinariamente versátil e facilmente conseguimos configurações de som ambiente para a maquete.

        Vou dar como exemplo a minha maqueta de 2 módulos. No módulo do lado esquerdo temos um ambiente campestre com uma casa rural, animais de capoeira, árvores e gado a pastar. Do lado direito temos uma pequena aldeia com casas, café, escola e igreja e ainda a estação ferroviária.

        Arranjei, na freesound.org sons ambiente relacionados com as temáticas envolvidas. Para o lado esquerdo sons de vacas, galinhas, cabras, tratores, sapos e grilos, etc. Para o lado direito sons de carros, crianças a gritar no recreio da escola, o sino da igreja, etc.

        No Audacity fiz a mistura dos sons de forma a que no lado esquerdo do áudio só se ouvissem os sons do campo e no lado direito os da aldeia. Desta forma foi possível combinar no mesmo ficheiro de áudio os dois ambientes representados.

        Foram criados ficheiros de áudio que correspondem a uma hora do dia, amanhecer, dia e noite. Em combinação com a iluminação da maqueta e reproduzindo o ficheiro de áudio correspondente torna-se possível criar ambientes em que tudo faz sentido.

        Figura 10. Exemplo de esquema de ligações. 

        Reproduzem-se aqui os sons mencionados na figura 8 usando a configuração da placa e respectivos botões de acionamento dos sons exemplificados na figura 10.

        Premindo o botão 1 será reproduzido, aleatoriamente, um destes 3 sons:

        Premindo o botão 2 será reproduzido, aleatoriamente, um destes 3 sons:

        Premindo o botão 3 será reproduzido este som continuamente até o mesmo botão ser novamente premido:

        Som ambiente representando o amanhecer.

        Premindo o botão 4 será reproduzido este som continuamente até o mesmo botão ser novamente premido:

        Som ambiente representando o dia.

        Premindo o botão 5 será reproduzido este som continuamente até o mesmo botão ser novamente premido:

        Som ambiente representando o dia.

        Premindo o botão 6 será reproduzido este som continuamente até o mesmo botão ser novamente premido:

        Som ambiente representando a noite.

        Descarregar a versão deste artigo, sem os sons, em formato PDF.

        Eduardo Pulido, 13.11.2022

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